Necessidade de pensar a assistência social e a atuação para a superação do racismo é tema de evento no IFG
Roda de conversa trouxe o debate a respeito das políticas de assistência social e de igualdade racial
Foi realizada na tarde desta quarta-feira, 27, uma roda de conversa com servidores do Instituto Federal de Goiás, estudantes, representantes do Conselho Regional de Assistência Social de Goiás (CRESS) e de comunidades quilombolas. O evento, promovido pelo IFG, teve como objetivo discutir alguns aspectos do projeto Igualdade Racial no SUAS - transversalização da política de assistência social com a política de igualdade racial. A roda de conversa foi realizada no Auditório Demartin Bezerra, do Câmpus Goiânia, e foi conduzida pela professora Janira Sodré Miranda, coordenadora do projeto.
Além da docente do Câmpus Goiânia, participaram do evento as assistentes sociais Maria Ciurinha dos Santos, Elaine Moura e Ângela Brasil, e também a psicóloga Cláudia Alves. Além de discutirem a respeito dos desafios para o atendimento às famílias e quilombolas, foram debatidas questões referentes à igualdade racial no Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O evento teve início com a apresentação de MPB da musicista, cantora e discente do Câmpus Goiânia, Tayná Janaína.
Tayná Janaína, cantora, musicista e aluna do IFG, apresenta-se na abertura do evento
Racismo e políticas públicas
Janira Sodré, em sua fala, reforçou a importância da criação de políticas públicas de assistência social para a população negra: “principalmente diante do racismo estrutural e institucional que está presente na sociedade”, ressaltou a professora. A docente chamou atenção para o fato de que há necessidade de estabelecer o diálogo com assistentes sociais e psicólogos e escutar o que esses profissionais têm a dizer. Segundo Janira, rodas de conversas como a realizada nesta quarta-feira são importantes por promoverem um espaço de reflexão.
Professora Janira Sodré abre roda de conversa no Câmpus GoiâniaA necessidade de combater o racismo e as desigualdades foi pontuada como algo fundamental pela presidente do Conselho Regional de Assistência Social da 19ª região, Ângela Brasil. A assistente social também reforçou a necessidade da reflexão a respeito do combate ao racismo no âmbito do SUAS. Elaine Moura, também da área de assistência social, salientou a importância de lutar contra o racismo, em todas as suas formas, e reforçou a necessidade de pensar mais profundamente a respeito da atuação dos assistentes sociais e dos psicólogos.
A psicóloga Cláudia Alves, por sua vez, chamou atenção para a questão subjetiva relacionada ao racismo: “pela área em que estou, reforço a necessidade de que questionemos a respeito de como poderemos colocar em prática a igualdade racial na dimensão subjetiva. Precisamos pensar em como o racismo impacta a subjetividade das pessoas e mudar as nossas atitudes”, reforçou a psicóloga.
A assistente social Maria Ciurinha dos Santos, discutindo sobre a desigualdade social e o racismo, ressaltou que este pode ser observado como uma expressão dessa desigualdade – e reforçou a necessidade de mudar esse cenário. A assistente ainda propôs uma dinâmica para que os presentes pudessem discutir sobre alguns aspectos do tema. Depois da fala de Maria Ciurinha e da abertura proporcionada pela dinâmica por ela estabelecida, o público presente teve a chance de compartilhar dúvidas a respeito de suas atuações na área de assistência social e de psicologia e apresentar questões para que fossem debatidas e problematizadas.
Da esquerda para direita: Elaine Moura, Ângela Brasil, Maria Ciurinha e Cláudia Alves falam sobre igualdade racial no SUAS
O projeto
O projeto Igualdade Racial no SUAS – transversalização da política de assistência social com a política de igualdade racial está sendo realizado no IFG em parceria com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), por meio da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). O objetivo é elaborar os guias orientadores para os servidores e gestores do SUAS. Serão dois guias: um para orientar o atendimento às famílias negras nas unidades do SUAS e outro para orientar o atendimento às comunidades quilombolas, urbanas ou rurais. Os guias deverão ser lançados em maio. Posteriormente, serão realizadas oficinas técnicas em todos os Estados brasileiros para a capacitação dos servidores e gestores do SUAS.
Diretoria de Comunicação Social/ Reitoria.
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