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Encontro EJA

“Esse curso mudou a minha vida e é por isso que estou aqui hoje falando com vocês”, conta aluna indígena durante evento nacional

Encontro teve início ontem e continua hoje e amanhã, no Câmpus Goiânia

Mesa-redonda do segundo dia de evento
Mesa-redonda do segundo dia de evento

             Estudante da comunidade indígena amazonense da etnia Sateré-Mawé, que faz o curso de Agroecologia pelo Instituto Federal do Amazonas (IFAM), Joziane Alemida dos Santos, 18, é parte de um dos estudos de caso apresentados durante a programação do Encontro Nacional da Educação de Jovens e Adultos da Rede Federal. A história da implantação do curso e o depoimento da jovem aluna foram contados na manhã de hoje, 22, no Teatro do IFG – Câmpus Goiânia.

            “Graças ao Instituto nosso sonho virou realidade. Algo que esperamos, tem 4 anos que terminei o ensino fundamental, não tinha oportunidade de sair, meus pais não tinham condições de me colocar em colégio. Vamos deixar um legado para os que virão. É um sonho estar aqui hoje representando minha comunidade, é uma honra muito grande”, conta emocionada a estudante Joziane durante a mesa-redonda de relatos de experiências de diversos institutos federais.

            Professora do IFAM, Darlene Saraiva conta que a demanda pelo curso surgiu das próprias comunidades indígenas da região. O câmpus envolvido no estudo e implantação do curso é o Câmpus Maués, que fica a cerca de 253 km de Manaus. A turma agrega alunos da etnia Sateré-Mawé de sete comunidades indígenas:  Ilha Michiles, Nova Esperança, Vale do Quiinha, Belo Horizonte, Vila da Paz, Nova Jerusalém e Monte Horebe e foi implantada em março desse ano.

            Darlene conta que o trabalho iniciou-se em 2014, quando começaram a pensar na viabilidade de ofertar o curso para as comunidades. Iniciaram-se aí as pesquisas, visitas, estudos, dentre outros. A demanda existia, segundo Darlene, pois a formação nas comunidades existia há tempos, mas apenas até o 9º ano. Ou seja, os estudantes não tinham acesso a cursos do nível médio, até pela localização deles e pelo difícil acesso: “para se chegar às comunidades gasta-se duas horas de lancha rápida ou de seis a sete horas de barco, partindo-se de Maués. Nós não tínhamos cursos ou pessoas com aquelas características. Esse era um grande dificultador. Outra questão era que não sabíamos o modelo de ensino que tinham”, afirma a professora.

            Darlene explica que a equipe do câmpus foi conhecendo a realidade dos indígenas, fazendo a identificação da demanda social, conhecendo os caciques e líderes das comunidades, a organização indígena. “Foi uma relação de conquista. A gente se conhecendo e se reconhecendo”, diz. Ao se deparar com o sistema de ensino que os alunos tinham, a equipe constatou que existia apenas um professor que lecionava todos os componentes curriculares, mas já trabalhava de forma interdisciplinar, já eram desenvolvidos projetos, que para os institutos são semelhantes aos projetos de extensão, inclusive em parceria com a Petrobrás e o Iphan.

            Após conhecer a realidade, os servidores partiram para elaboração do projeto do curso, levando-se em conta a diversidade, as dificuldades em convencer os demais professores de que valia a pena, o deslocamento e a permanência dos professores nas comunidades, o deslocamento dos alunos, além de que o curso teria que ser ministrado de forma bilingue – em português e na língua indígena. Para isso, receberam da prefeitura da cidade com a concessão de profissional que entendesse a língua falada nas comunidades. “Tudo isso fez com que a equipe decidisse por utilizar a pedagogia da alternância para implantação do curso”, conta a professora.

            Pelo projeto do curso, estabeleceram os eixos a serem abordados, englobando a questão tecnológica, a medicina tradicional, os tipos de animais locais, ministrando aulas em blocos e em semanas de alternância. Além das aulas, são desenvolvidas atividades complementares também. O curso tem duração de três anos. Um dos pontos interessantes apontados pela professora Darlane é o “fato de a turma ter, por exemplo, a filha, a mãe e a neta estudando jutas”.Além disso, o IFAM recebe apoio da prefeitura, órgãos estaduais, federais, cada um contribuindo de uma maneira para que o curso aconteça. “Só com esse apoio foi viável a realização do curso”, finaliza a professora.

 

Rede Certific

Outro estudo de caso relatado pela chefe da unidade de eventos científicos e de Formação Inicial e Continuada do Instituto Federal Goiano – Câmpus Ceres, Geísa Boaventura, contou a história da implantação do curso de Certificação de Produtores de Queijo. Geísa conta que 58% das participantes do curso são mulheres, que atuam ativamente na fabricação de queijo, e 53% da turma recebe entre um e dois salários-mínimos. O processo de certificação profissional, segundo ela, requer os documentos necessários para essa certificação, bem como atende os produtores rurais da região e que estão inscritos na turma, formada por 20 profissionais.

“O Certific deu uma sacudida na gente, porque muita gente não sabia que poderíamos ofertar mais cursos EJA”, afirma Geísa. O grupo faz hoje certificação do queijo frescal, mas ela conta que eles querem mais: “querem certificar o queijo muçarela e outros tipos”. O maior desafio, segundo a gestora, é o diálogo com a sociedade, para que os produtores consigam o selo para comercialização, para que o instituto seja o mediador entre esses produtores e os órgãos competentes, “para que eles possam ter acesso a essa certificação e melhorar a renda familiar”, finaliza Geísa.

 

Programação

Outros relatos de experiências foram apresentados na manhã de hoje e continuam à tarde, a partir das 14h30.

 

Veja a programação completa.

Veja as fotos no álbum do facebook do IFG - Abertura e Atividades de 22.05.

 

Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

 

 

 

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