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10 Anos IFs

Inclusão educacional e acessibilidade estão presentes na história dos 10 anos do IFG

Publicado: Sexta, 21 de Setembro de 2018, 13h16 | Última atualização em Terça, 25 de Setembro de 2018, 10h28

Hoje, 21, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, apresentamos histórias transformadoras

 “Hoje eu conheço muito mais, aproveito o máximo que posso e tento motivar outros surdos”. Com essa frase, Cristiane Pereira Dias, resume a importância do Instituto Federal de Goiás (IFG) em sua vida e, nada melhor do que a data de hoje, 21 de setembro, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, para relembrarmos os avanços nas áreas de inclusão e acessibilidade presentes na história dos 10 anos da Instituição, desde a sua transformação em instituto federal, data que será comemorada em 29 de dezembro deste ano.

Cristiane é surda, tem 41 anos e é aluna do terceiro período do curso de Pedagogia Bilíngue Libras-Português do Câmpus Aparecida de Goiânia. Quando criança enfrentou muitas dificuldades assim que deixou de frequentar a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Na fase adulta, parte desses desafios foram superados e conheceu um “mundo de oportunidades” nas áreas de ensino, pesquisa e extensão quando entrou para o IFG.

Para Cristiane, estudar no IFG foi fundamental em sua vida: “Um orgulho muito grande eu senti com o início dos estudos. Eu tive uma aquisição de conhecimentos muito grande aqui e eu me sinto muito feliz com essa oportunidade e entendo ainda mais que tantos outros conhecimentos podem ser adquiridos a partir de outros IFs, que estiverem em outros lugares também, que assim como o ouvinte surdo precisa ter essa igualdade também na acessibilidade da educação”.

O Instituto Federal de Goiás foi uma das primeiras instituições do país a oferecer curso presencial de Pedagogia Bilíngue (Libras e Português). E por falar na Língua Brasileira de Sinais, ela é disciplina obrigatória para os cursos de licenciatura e da educação básica, que são os cursos técnicos integrados ao ensino médio. Pode ser cursada também como disciplina optativa pelos alunos de bacharelado, sem mencionar as diversas ofertas de cursos de extensão de Libras para servidores, alunos e para a comunidade externa. Também há nos câmpus do IFG a presença de tradutores-intérpretes de Libras para apoio aos alunos com necessidades específicas em suas atividades acadêmicas.

 

Superação
Sobre dificuldades enfrentadas na vida, assim como Cristiane, João Marcos de Oliveira Santos, conhece bem. Com apenas 24 anos, já superou diversos desafios e no semestre passado conclui o curso de bacharelado em Sistemas de Informação pelo Câmpus Inhumas. Ele possui necessidades específicas, com diversas limitações motoras (locomoção, digitação e fala).
Entrou no curso em 2013 e em março deste ano apresentou e foi aprovado no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). A vida acadêmica do João Marcos durante os anos do curso, sempre contou com o apoio do IFG. Durante esse período foi acompanhado por uma servidora Intérprete de Libras e depois por uma estagiária de Pedagogia.

Mas os sonhos de João Marcos vão além da graduação. Ele pensa em fazer mestrado e criou um canal de vídeos no Youtube que fala de tutoriais, animes e games. No canal, ele usa a imagem de um robô e um aplicativo para tornar a voz mais compreensível. Tudo muito simples, mas com muito esforço. É um caso de superação que o IFG se orgulha de fazer parte. A Colação de Grau de João Marcos está marcada para o próximo dia 31 de outubro.

 

Docência para o ensino da Libras

 

Professora Waléria de Oliveira, que é surda, e ministra a disciplina de Libras no Câmpus Goiânia.
Professora Waléria de Oliveira, que é surda, e ministra Libras no Câmpus Goiânia.

 

No Câmpus Goiânia, a professora substituta Waléria Corcino de Oliveira, que é surda, é mais um desses exemplos de inclusão educacional e de promoção do ensino da Língua Brasileira de Sinais que vemos no IFG. A jovem docente, 28 anos, leciona no Câmpus Goiânia desde junho do ano passado, principalmente ensinando Libras nos cursos de licenciaturas ofertados na unidade. 

Segundo a mãe de Waléria, a senhora Wuelta Coeles de Oliveira, que também é professora e atua eventualmente como intérprete para filha, a professora Waléria não nasceu surda, mas tornou-se em virtude de sequelas de uma meningite que acometeu a sua filha, quando ela tinha apenas um ano e oito meses.

"Na época que a Waléria teve meningite, eles diziam que ela não ia ser uma criança normal e que também não iria aprender. Mas a força de vontade dela foi muito grande e ela conseguiu superar todos os obstáculos que estava na frente dela", relembra a mãe da professora. No caminho de Waléria, foram várias as dificuldades enfrentadas, como a aceitação e a ausência de intérprete de Libras na faculdade. "Nem sempre a gente era atendida por um intérprete, e eu me senti na obrigação de me capacitar e me tornar também uma interpréte da Waléria", revela  Wuelta Coeles de Oliveira.

Apesar das limitações advindas da deficiência auditiva, a professora Waléria de Oliveira superou os desafios enfrentados em sua formação. Ela reúne um currículo acadêmico dedicado à investigação dos processos de ensino - aprendizagem que envolvem a Libras. A docente é graduada em Letras - Libras pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e possui duas especializações: em Neuropedagogia aplicada à educação pela Faculdade Brasileira de Educação e Cultura (Fabec) e em Linguística das Línguas de Sinais pela UFG. Além do IFG - Câmpus Goiânia, ela leciona também no Centro de Capacitação de Profissional da Educação e de Atendimento a Pessoas com Surdez.

O ingresso como professora no IFG representou a superação do desafios também na vida profissional. " A Waléria tem um desejo muito grande de estudar, fazer o seu mestrado. Aí surgiu o desejo de trabalhar numa faculdade, foi quando ela passou na seleção no IFG, na qual teve que apresentar, dar uma aula e conseguiu. Para nós, como pais, como mãe, temos  muito orgulho da Waléria, porque a gente teve uma sociedade que antes excluía, e ela teve que enfrentar essa sociedade, tudo isso para chegar até onde chegou".

A professora do IFG - Câmpus Goiânia, Waléria de Oliveira e sua mãe, Wuelta de Oliveira, que nos relatou a história de sua filha.
A professora do IFG - Câmpus Goiânia, Waléria de Oliveira, e sua mãe, Wuelta de Oliveira, que nos relatou a história de sua filha.

 

Ações
Em 10 anos de história de sua transformação em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, com a Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, a Instituição vivenciou muitos avanços nas áreas de inclusão e acessibilidade.

Esses avanços incluem o desenvolvimento de diversas ações em pesquisa, ensino e extensão; projetos; melhorias em infraestrutura; contratação de pessoal; oferta de cursos; realização de eventos; parcerias; regulamentação para uso do nome social no IFG; implantação da Comissão Permanente de Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial e da política de Assistência Estudantil, dentre outras.

Outra questão importante se deu com a implantação, nos câmpus do IFG, de um Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE). Os NAPNEs são compostos por uma equipe multidisciplinar dedicada à realização de ações inclusivas e ao acompanhamento de pessoas com necessidades educacionais específicas, além de atuar na promoção da cultura da educação para a convivência e aceitação da diversidade, conscientizando a comunidade acadêmica sobre a necessidade de se eliminar as barreiras que venham a impedir essas pessoas de obter êxito nos estudos. O desenvolvimento das ações de inclusão e acessibilidade são acompanhadas pela Pró-Reitoria de Ensino, por meio do Núcleo de Ações Inclusivas (NAI).

 

 

Setembro
Neste mês, duas ações chamam a atenção. Além da campanha Setembro Verde, que marca da data de hoje, 21 de setembro, Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, há também outra data importante: o Setembro Azul, que faz referência às temáticas abrangidas pelo dia 26 de setembro, Dia Nacional do Surdo.

Portanto, para marcas essas datas, o IFG, por meio de seus câmpus e Reitoria, estão trabalhando atividades específicas com programações de eventos neste mês.
Na próxima quarta-feira, 26 de setembro, por exemplo, a Pró-Reitoria de Ensino, por meio do NAI vai realizar uma “Roda de Conversa” com servidores, com o tema Rompendo as diferenças através do ensino da Língua Brasileira de Sinais. A ação será conduzida pela servidora Lucimar Alves de Oliveira, Intérprete de Libras, e Diego Leonardo Pereira Vaz, do curso Pedagogia Bilíngue do Câmpus Aparecida de Goiânia. Será um momento de reflexão e formação da comunidade quanto à inclusão.

 

 

Acesse aqui um resumo com informações de notícias sobre as ações de educacionais de inclusão e acessibilidade realizadas pelo IFG nos últimos anos.

 

ilustração sobre #redeinclusão

 

 

Matéria especial produzida pela Diretoria de Comunicação Social do IFG para as comemorações dos 10 anos dos institutos federais, como parte das ações desenvolvidas em rede e com o apoio do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). ( com acréscimos feitos pela Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia).

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