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PESQUISA

Estudo revela como palheta pode afetar a sonoridade em instrumentos de sopro

Publicado: Segunda, 22 de Maio de 2017, 16h56 | Última atualização em Terça, 30 de Maio de 2017, 12h25

Grupo composto por professores das áreas de Música e Física provou que, ao realizar ajustes na palheta, é possível produzir som limpo

Carina Bertunes (da Música), aluna Fabiana de Oliveira e Cláudio José Silva (da Física) compõem a equipe que conduziu a pesquisa

A sonoridade de um instrumento pode ir além da capacidade técnica do músico em saber tocá-lo. Pesquisa realizada no IFG – Câmpus Goiânia pela professora Carina Bertunes, da área de Música, em parceria com o professor Cláudio José Silva, da Física, mostra que alguns detalhes podem ser significativos para se obter um som limpo. O estudo levou em consideração as interferências que a palheta, utilizada na clarineta, pode provocar na sonoridade e como manipular esse item para melhorar o desempenho do instrumento. Além dos docentes, participa da pesquisa a aluna do curso técnico em Instrumento Musical, Fabiana de Oliveira Viana.

A palheta é um objeto que se assemelha a um palito de picolé, porém mais largo e mais curto, feito de um tipo específico de cana, chamada Arundo Donax, cultivada no sul da França e na Argentina. Ela é introduzida na parte superior da clarineta é a uma peça-chave para a produção do som nesse instrumento. A relevância desse pequeno material para os clarinetistas está diretamente ligado ao seu custo e durabilidade.

Segundo a professora Carina Bertunes, as palhetas são vendidas em caixas comercializadas no mercado nacional a partir de R$ 200. A questão central, conforme explica a pesquisadora, é que nem sempre as palhetas vêm em perfeitas condições de uso. “Você compra uma caixa de palheta, que vem com 10 unidades e apenas duas funcionam”, afirma.

A pesquisa, que está em seu terceiro projeto, pretende mostrar que é possível aproveitar as demais unidades defeituosas, tornando-as utilizáveis. “Com o estudo dos ajustes (da palheta), a gente consegue pegar essas oito que não funcionam e colocamos elas para funcionar. A gente otimiza essas palhetas”, resume a professora.

Professora Carina Bertunes realiza ajustes na palheta
Professora Carina Bertunes realiza ajustes na palheta

 

Estudo

No primeiro projeto, os pesquisadores estudaram as características físicas da palheta. Posteriormente, a pesquisa teve como foco as técnicas de ajustamento desse material, como raspagem e lixamento, que tornam a palheta rachada, quebrada ou com algum desnível capaz de produzir um som limpo.

“Primeiro a gente tocou, fez a gravação sem ajustar nada na palheta. Escrevemos as características do som, para o músico. Depois, fomos fazendo alguns ajustes, no grave, agudo, retirando alguns ruídos, e gravamos de novo. Para a gente, enquanto músicos, depois dos ajustes fica muito audível. É bem clara a diferença do som produzido pela palheta antes e depois, o tanto que ela melhora a questão sonora”, explica Carina.

Nessa terceira fase da pesquisa, os estudiosos conseguiram provar por meio da Física a qualidade do som produzido após realizar as técnicas de ajustamento das palhetas que, até então, seriam descartadas. “Nesse projeto, vimos onde devo mexer para melhorar o grave, o médio, o agudo, para ficar mais fácil de soprar. Às vezes a gente toca e tem um chiado, algum barulho e a gente consegue arrumar ajustando a palheta. Nós fomos trabalhando isso e o pessoal da Física foi calculando, vendo o que foi feito. Eles entram com a parte da análise científica”, conta a professora.

A análise detalhada do som ficou por conta do professor Cláudio José Silva. Ele utilizou um sistema computadorizado para estudar o som produzido pela clarineta após ajustes da palheta que, anteriormente, alterava negativamente a sonoridade.

Ao promover a interdisciplinariedade entre Música e Física, a pesquisa conseguiu comprovar cientificamente uma prática dos instrumentistas que dependem das palhetas para produzir som. “Para a gente, que toca instrumento de sopro, é comum fazer esse tipo de ajuste. Só que, até então, isso era empírico. Com esse estudo, a gente está colocando o que os músicos já fazem empiricamente, mas com base científica”, conclui Carina.

Resultados

Ao provar que é possível reutilizar as palhetas que apresentam defeitos, a pesquisa aponta uma redução de custos para quem as utiliza profissionalmente ou para estudo. No caso dos alunos de Instrumento Musical do IFG – Câmpus Goiânia, a novidade representa otimização do material fornecido pela Instituição.

“O IFG custeia uma palheta por semestre a cada estudante. Mesmo assim, os alunos precisam comprar, porque a palheta dura, no máximo, um mês. Se você comprar mais de uma palheta, com esses ajustes, é possível utilizar por uns cinco, seis meses. Como você tem mais palhetas, então você pode usar por um tempo maior. Antes, ao pegar uma palheta que não estava funcionando, logo ela seria descartada. Agora, ao fazer os ajustes, você pode utilizá-la”, reforça a professora.

Além da questão financeira, Carina comemora os impactos obtidos pela pesquisa por tornar mais acessível aos alunos o conhecimento a cerca do assunto. “Esse é o objetivo do projeto, dar mais acessibilidade e que os alunos tenham esse conhecimento e esse domínio. No Brasil, apenas dois professores falam sobre esse ajuste. Os demais são todos de fora e a maioria dos artigos estão em inglês, e os meninos do primeiro ano do Técnico Integrado em Instrumento Musical não têm acesso”.

Aluna Fabiana de Oliveira testa clarineta após ajustes realizados na palheta
Aluna Fabiana de Oliveira testa clarineta após ajustes realizados na palheta

 


Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.

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