MULHERES MIL

Programa Mulheres Mil no IFG Aparecida valoriza formação cidadã e celebra conquistas das alunas do curso Desenhista de Moda

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Publicado: Segunda, 29 de Setembro de 2025, 11h31 | Última atualização em Quarta, 15 de Outubro de 2025, 17h40

Palestras sobre gênero e direitos femininos transformam olhares e geram pensamento crítico.

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O Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Aparecida de Goiânia tem reafirmado, por meio do Programa Mulheres Mil, seu compromisso com a educação voltada à emancipação social e à valorização da mulher. O curso Desenhista de Moda, iniciado em agosto de 2025 com a participação de 38 alunas, já registra momentos significativos que unem formação profissional, acolhimento e fortalecimento da autoestima.

Celebração de conquistas

No último dia 29 de setembro, a coordenação do Programa Mulheres Mil promoveu um encontro marcado pela partilha, reconhecimento e confraternização. O evento, inicialmente planejado como um simples café, transformou-se em uma celebração coletiva, reunindo a exposição dos primeiros desenhos elaborados pelas alunas, a finalização de uma disciplina do curso e a comemoração de aniversários de participantes.

Durante a atividade, houve homenagens, falas emocionadas e a entrega de novos materiais de desenho, fundamentais para o prosseguimento das próximas etapas da formação. A supervisora do Programa, Yane Ondina de Almeida, destacou que o Mulheres Mil é mais que a oferta de disciplinas técnicas: “Nós buscamos oferecer experiências que alimentem o feminino, que ajudem a cada uma de nós a valorizar nossos sentimentos, nossa aparência, nossa espiritualidade e nossa beleza interior. Pequenos gestos, como um bolo ou um café coletivo, têm o poder de fortalecer a nossa caminhada e de tornar nossos dias mais leves.”

As alunas também compartilharam depoimentos sobre o impacto do curso em suas vidas. Emocionada, a participante Maria Vanilda afirmou: “Eu posso não ganhar nem um real com os desenhos, mas eu ganhei um milhão de dádivas para a minha vida. Esse programa é um presente para a minha alma, um incentivo para eu me enxergar como alguém valiosa.”

A exposição dos desenhos reforçou a proposta pedagógica do curso: desmistificar a ideia de que apenas quem já sabe desenhar pode participar, utilizando o desenho também como recurso terapêutico e de expressão pessoal.

Formação cidadã com foco em gênero, sexualidade e direitos das mulheres

Outro destaque do curso foi a realização da disciplina Cidadania, Relações Humanas e Direitos das Mulheres, ministrada pela professora Elisângela Tavares da Silva, que promoveu diálogos fundamentais sobre igualdade de gênero e direitos.

Nos dias 11 e 16 de setembro, as alunas receberam duas convidadas para momentos de troca e aprendizado. A Dra. Keith Braga conduziu palestra sobre sexualidade e gênero, trazendo esclarecimentos e reflexões sobre temas centrais da sociedade atual. Em seguida, a professora Ruskaia Fernandes Mendonça apresentou uma abordagem sobre relações humanas e direitos das mulheres, discutindo a trajetória do feminismo, a sororidade e os avanços conquistados pelas mulheres no Brasil.

Segundo a professora Elisângela, a contribuição das palestrantes foi fundamental para despertar novas perspectivas: “As alunas compartilharam experiências pessoais e perceberam que muitas vezes vivem situações de violência sem se darem conta. Esses encontros foram de grande aprendizado, mostrando a importância de nos letrarmos sobre gênero, sexualidade, diversidade e direitos, para que juntas possamos avançar rumo à equidade.”

As palestras da professora Keith Braga (sexualidade e gênero) e da professora Ruskaia Fernandes Mendonça (relações humanas e direitos das mulheres) tocaram em pontos centrais para o empoderamento feminino e a cidadania plena. Keith trouxe à tona noções fundamentais sobre identidade de gênero, expressão de gênero, orientação sexual, e como esses conceitos são construídos socialmente e atravessam as instituições educacionais — promovendo reflexão sobre como os papéis de gênero reforçam desigualdades e como desconstruí-los. Já Ruskaia mergulhou na história e nas trajetórias do feminismo, enfatizando a sororidade — essa solidariedade entre mulheres que se reconhecem em suas lutas coletivas e experiências compartilhadas — como ferramenta de resistência e apoio mútuo. Também abordou a violência de gênero e instrumentos legais como a Lei Maria da Penha e mecanismos civis de proteção de direitos, ressaltando que conhecer nossas garantias jurídicas é parte essencial da autonomia.

Para as alunas que acompanharam esses dois momentos, as palestras fora essenciais para uma reconexão com elas mesmas, e para uma reflexão sobre a importância do auto conhecimento, mas também dos mecanismos sociais que garantem os direitos das mulheres e a importância da educação para o rompimento de padrões que oprimem, que invisibilizam, que geram violência e mascaram as situações de vulnerabilidade que ainda persistem em nossa sociedade. 

As palestras e as conversas foram conduzidas por docentes com forte atuação acadêmica e social no IFG. A professora Keith Braga é doutora em Educação pela UNESP, com estágio internacional na Universidad Autónoma de la Ciudad de México, e atua no IFG Aparecida de Goiânia nos cursos de Licenciatura em Pedagogia Bilíngue e Dança. Integra os núcleos de pesquisa NUSEC e NEABI, e desenvolve estudos sobre gênero, raça e sexualidade, tendo coordenado, em 2023 e 2024, o projeto Cinema Negro no IFG.

Professoras Yane, Keith, Elisângela e a pedagoga Etevalda

(Professoras Yane Ondina, Keith Braga, Elisângela Tavares e a pedagoa Maria Etevalda)

 

Já a professora Ruskaia Fernandes Mendonça, mestre em Educação pela UFG, licenciada em Pedagogia e bacharela em Direito, também leciona no curso de Pedagogia Bilíngue do Câmpus Aparecida. É pesquisadora do NUSEC e dedica-se a estudos sobre mulheres, gênero, raça e classe, com foco em perspectivas críticas e emancipadoras.

(professoras Yane Ondina, Ruskaia Fernandes e Elisângela Tavares)

 

Educação para emancipação

O curso Desenhista de Moda integra a grade do Programa Mulheres Mil e ocorre no IFG Aparecida de Goiânia às terças, quartas e quintas-feiras, das 14h às 17h. A formação, que se encerra em dezembro de 2025, acolhe mulheres de diferentes idades, territórios, etnias, orientações sexuais e identidades de gênero, reafirmando a missão do IFG de promover inclusão, respeito à diversidade e oportunidades de transformação social.

Com momentos de aprendizado técnico, atividades de cidadania e celebrações de conquistas, o Programa Mulheres Mil no Câmpus Aparecida de Goiânia segue demonstrando que educação é também acolhimento, reconhecimento e caminho para uma vida mais digna.

 

Acesse o álbum de fotos dos três momentos do Programa Mulheres Mil no IFG Aparecida 

 

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia