Graduação

Concluintes de cursos de graduação do IFG Aparecida em 2025 colaboram com o desenvolvimento social e econômico em seus TCCs

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Publicado: Domingo, 29 de Novembro de -0001, 21h00 | Última atualização em Sexta, 28 de Novembro de 2025, 12h49

Dos Trabalhos de Conclusão de Curso referentes ao ano letivo 2025, dez foram apresentados no primeiro semestre e há a previsão de 21 serem defendidos no início de 2026 por graduandos dos cursos de Bacharelado em Engenharia Civil, Licenciatura em Dança e Licenciatura em Pedagogia Bilíngue

A concluinte de Pedagogia Bilíngue Josefa Edenilza, na defesa de seu TCC, com a orientadora professora Ma. Ruskaia Mendonça e a intérprete de Libras Adriely Gomes
A concluinte de Pedagogia Bilíngue Josefa Edenilza, na defesa de seu TCC, com a orientadora professora Ma. Ruskaia Mendonça e a intérprete de Libras Adriely Gomes

A presença de cursos de graduação em três diferentes áreas do conhecimento no Câmpus Aparecida de Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG) é fator relevante para o crescimento e o desenvolvimento social e econômico da região em que está instalado e, consequentemente, para todo o país. A diversidade temática das pesquisas de acadêmicos dos cursos de bacharelado em Engenharia Civil, Licenciatura em Dança e Licenciatura em Pedagogia Bilíngue se mostra nos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) dos estudantes e enriquecem as abordagens para soluções e compreensões científicas sobre a presença do ser humano e suas experiências no espaço físico, na cultura e na sociedade.

No ano letivo de 2025, deverão ser apresentados 31 TCCs por graduandos dos três cursos de nível superior do IFG – Câmpus Aparecida de Goiânia. Desse total, dez trabalhos foram apresentados no semestre 2025/1, por 11 alunos. Os demais trabalhos, cujo número ainda é estimado e referente ao semestre 2025/2, deverão ser apresentados no período de 26/01 a 11/02/2026.

Pelo semestre 2025/1, com defesas realizadas nos meses de agosto e setembro, foram apresentadas seis pesquisas do curso de Pedagogia Bilíngue, três do curso de Engenharia Civil e uma da Licenciatura em Dança (os temas das pesquisas e os nomes de seus autores e orientadores podem ser conferidos no final da matéria). Para a chefe do Departamento de Áreas Acadêmicas, professora Dra. Waléria Batista da Silva Vaz Mendes, a diversidade temática presente nos três cursos demonstra o compromisso institucional com a formação crítica, a produção científica e a responsabilidade social. “Esses trabalhos fortalecem o desenvolvimento acadêmico dos estudantes e contribuem para a sociedade ao promover inovação, expressão artística e práticas educacionais mais inclusivas e acessíveis”, afirma.

 

Experiência como motivação

As pesquisas dos acadêmicos de Pedagogia Bilíngue defendidas no semestre 2025/1 abordaram desde a formação bilíngue dos estudantes do curso, incluindo a experiência de ser surdocego (caso do estudante Rodrigo Silva Pacheco, que é surdo com baixa visão), bem como a alfabetização de crianças e de adultos. A concluinte Josefa Edenilza de Souza Santos da Silva, por exemplo, investigou os desafios enfrentados pelas mulheres da Educação de Jovens e Adultos (EJA) para conseguirem retomar os estudos e se manterem frequentes em sala de aula. Orientada pela professora Ma. Ruskaia Fernandes Mendonça, a estudante realizou uma pesquisa qualitativa do tipo bibliográfica com o tema “As Mulheres e a Educação de Jovens e Adultos”, valendo-se da aplicação de questionários e também sustentada em sua própria experiência de vida.

“O que me motivou a fazer essa pesquisa foi a minha experiência na EJA, ao retornar aos estudos após casar, ser mãe e dona de casa, sobre as dificuldades que enfrentei para retornar e permanecer sem desistir e também a minha experiência no estágio em EJA, no curso de Pedagogia Bilíngue, no IFG Aparecida de Goiânia, sob a supervisão da professora Ruskaia Mendonça, observando as dificuldades das mulheres alunas para conseguirem estudar sem desistir”, declara Josefa. Em seu TCC, com base nos questionários aplicados, ela identifica ações para amenizar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres que tentam recuperar o tempo perdido fora da escola: ter um curso EJA próximo de casa, ter curso diurno para reduzir risco de violência, passe-livre, espaços de acolhimento para filhos, entre outras.

 

Compromisso em buscar soluções

Tendo entre suas características a aplicação de conhecimentos científicos na criação de soluções práticas, produtos e infraestruturas, a Engenharia Civil também se ocupa com políticas públicas na área social. É o que mostra a pesquisa desenvolvida por Douglas Oliveira Daher, com o tema “Análise Comparativa entre Sistemas de Vedação com Blocos Cerâmicos e EPS em Habitação de Interesse Social”. Orientado pela professora Dra. Pammila Rodrigues Japiassú Corrêa, Douglas realizou um estudo comparativo entre dois sistemas de vedação (blocos cerâmicos e poliestireno expandido), considerando aspectos construtivos, desempenho térmico e custos.

Ele utilizou um projeto residencial padrão da Agência Goiana de Habitação (AGEHAB) na região de Buriti Alegre (GO) e verificou “diferenças significativas de transmitância térmica, destacando o potencial do EPS como alternativa eficiente no aspecto térmico e sustentável em edificações habitacionais de interesse social”, conforme explica no resumo de seu trabalho. O estudante apresentou também um relatório sobre os custos relacionados a cada material.

“Escolhi trabalhar com um tema social porque acredito que meu trabalho precisa gerar impacto real na vida das pessoas. Tenho a convicção de que, quando unimos conhecimento técnico e sensibilidade humana, conseguimos transformar realidades e contribuir para uma sociedade mais justa e inclusiva”, diz Douglas Daher. Ele  conta que atuar pela causa social o inspira a evoluir como profissional e como pessoa. “Ver de perto os desafios enfrentados pela comunidade reforça meu compromisso em buscar soluções que façam diferença e ampliem oportunidades para quem mais precisa”, afirma Douglas.

 

A subjetividade na produção do saber

História pessoal, criatividade e pesquisa se juntaram no trabalho realizado por Eduarda Richelly Pereira Gama em seu Trabalho de Conclusão de Curso na Licenciatura em Dança. Sob orientação da professora Dra. Marisa Alves Vento, a estudante realizou a pesquisa intitulada “Relato de Experiência com Abordagem Autobiográfica-Artística: percursos de uma artista e dançarina cega”. Eduarda Richelly vai defender seu TCC no encerramento do semestre 2025/2.

A estudante é cega e é dançarina. Em sua investigação ela busca demonstrar a importância da opção metodológica que fez. “Trata-se de uma narrativa que valoriza o conhecimento produzido a partir da vivência concreta, questionando a separação entre sujeito e objeto da pesquisa e reconhecendo a subjetividade como parte integrante do processo de produção de saber”, afirma no resumo de seu trabalho. A estudante pesquisadora alia o relato dos desafios, experiências de inclusão e conquistas vivenciados no curso de Licenciatura em Dança do IFG às reflexões teóricas que dialogam com autores como Michel Foucault e Maurice Merleau-Ponty.

 

Além da banca avaliadora

As defesas de TCC muitas vezes vão além de uma apresentação à banca avaliadora. A formanda de Pedagogia Bilíngue Lorenna Evangelista de Sales Batista, por exemplo, já apresentou resultados de sua pesquisa em um evento internacional, o III Encontro Latino-Americano de Línguas de Sinais, realizado no mês de outubro em Brasília. Buscando compreender se o recurso da videoprova no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é suficiente para que os surdos alcancem notas satisfatórias na área de Matemática e suas Tecnologias, Lorenna investigou o tema “As Videoprovas de Matemática do ENEM em Libras e o Acesso do Surdo ao Ensino Superior: um levantamento diagnóstico”, sob orientação da professora Ma. Flávia de Almeida Pinheiro. Sua apresentação foi traduzida por intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e da Lengua de Señas Chilena (LSCh)aos participantes do evento.

Em pesquisa de revisão bibliográfica, Lorenna apontou o ENEM como fonte para a construção de glossários e padronização de sinais-termos de Matemática que, segundo seu estudo, ainda estão pulverizados nos repositórios de universidades ou em artigos isolados de revistas. “Foi uma experiência muito importante e também incrível para mim enquanto pesquisadora. Tive a oportunidade de conhecer autoras que citei em minha pesquisa, conheci professoras chilenas da Universidad Metropolitana de Ciencias de la Educación (UMCE)”, relata Lorenna, que também cita vários ganhos em aprendizado sobre Educação de Surdos.

Lorenna conta que a maioria das pesquisas na área são voltadas para o ensino fundamental e que isso ocorre devido ao baixo número de surdos nas universidades, conforme verificou junto às referências de seu estudo. “E o desempenho dos surdos no Enem é o fator que define a entrada ou não nas universidades aqui no Brasil, e esse desempenho está relacionado ao ensino ofertado a eles desde a infância. E falar sobre isso em um grande evento como esse que participei e em uma grande universidade como a Universidade de Brasília (UnB), pode gerar questionamentos sobre a Educação que está sendo ofertada para os surdos, e esses questionamentos se transformam em pesquisas e futuramente em ações concretas para a oferta de um ensino de qualidade para os estudantes surdos em todas as etapas da Educação”, destacou.

 

Temas das pesquisas e pesquisadores

Confira nos links abaixo os Trabalhos de Conclusão de Curso defendidos no semestre 2025/1 e os que deverão ser defendidos em 2025/2 no IFG – Câmpus Aparecida de Goiânia: 

 

2025/1

2025/2 (Quadro sujeito a alteração até o período de apresentações)

 

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia