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Festival de Artes

Obra de Candido Portinari, o pintor do Brasil e de seu povo, é apresentada por João Portinari

Conferência do filho do artista e idealizador do Projeto Portinari ressalta legado ético e humanista, além do pictórico

  • Publicado: Terça, 18 de Maio de 2021, 19h24
  • Última atualização em Segunda, 21 de Junho de 2021, 10h48
João Portinari fez a conferência mediada pela professora Elza e traduzida em Libra pelo intérprete Anderson
João Portinari fez a conferência mediada pela professora Elza e traduzida em Libra pelo intérprete Anderson

João Candido Portinari, filho do grande pintor Candido Portinari, anunciou “uma viagem emocionante” no início da sua conferência Candido Portinari: um homem, um tempo, uma nação, na tarde desta terça-feira, 18. E, de fato, ele emocionou ao público, apresentando o artista reconhecido mundialmente por sua obra, que teve papel preponderante na cultura brasileira e que pôs em sua criação artística toda sua humanidade.

A conferência, que integrou a programação da segunda etapa do Festival de Artes de Goiás, foi aberta pelo pró-reitor de Extensão, professor Daniel Silva Barbosa, foi mediada pela professora Elza Gabriela, professora de Artes e diretora do Câmpus Anápolis, e teve tradução para Libras feita pelo intérprete Anderson.

João Portinari, que há 42 anos se dedica ao Projeto Portinari, preferiu não usar suas próprias palavras para descrever a genialidade do pai. Apresentou depoimentos diversos nos quais Portinari foi tratado como o pintor “que carregava o Brasil dentro de si” (Jorge Amado); o pintor que mais pintou o seu país (Israel Pedrosa); ou o pintor “que é a alegria e a honra do nosso tempo e da nossa geração (Carlos Drummond de Andrade, em carta).

Mas deu ordem às falas dos muitos admiradores de Candido Portinari citando-as dentro dos seus olhares para a vida e a obra do pai. João Portinari apresentou três aspectos que considera essenciais no legado do artista: o pictórico, o da fundação e interpretação de uma geração de artistas brasileiros e o do humanista. Também apresentou o Projeto Portinari, criado para manter vivo esse legado.

Universal

A obra pictórica de Portinari revela um pintor que buscou retratar as imagens da sua terra e do seu povo, mas também revela seu caráter universal, ao expressar questões do ser humano de qualquer lugar. São 5,4 mil obras de arte, entre elas os monumentais painéis “Guerra e paz”, presente do Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU) e que, para João Portinari, sintetizam os valores pelos quais seu pai lutou e o seu legado humanista.

Nos dois painéis, instalado na sede da ONU em Nova York, Portinari retrata a guerra, mas não a representa por armas e sim pelo sofrimento do povo. E retrata a paz simbolizada pela brincadeira das crianças, pelo trabalho compensado, pelos cuidados das mães. Segundo João Portinari, seu pai teve uma vida de luta contra a violência e as injustiças e pela paz.

Ao falar sobre os painéis “Guerra e Paz”, João Portinari contou que no cinquentenário da instalação dos painéis, em 2007, fora convidado para comparecer à sessão de abertura da assembleia anual da ONU e que ficou surpreso ao saber que nenhum brasileiro havia, até ali, citado a obra de Portinari naquela ocasião. Em 2007, o então presidente Lula reparou essa falha citando os painéis em seu discurso de abertura da assembleia (que sempre cabe ao Brasil). Lula citou a sensibilidade de Portinari ao tratar da guerra e da paz e sinalizar para as Nações Unidas que sua missão é transformar aflições em esperança.

Projeto Portinari

João Portinari também falou do papel de Candido Portinari na transformação da cena cultural brasileira de sua época. Citou Tom Jobim que disse que, antes dele, artistas como Portinari tinham “inventado” o Brasil. Contou que ele era companheiro especialmente de escritores e poetas, como Graciliano Ramos, Drummond, Manoel Bandeira, José Lins do Rego, entre outros, e que também foi poeta. Essa geração vivia junta e discutia as questões culturais e artísticas do país.

Sobre o Projeto Portinari, João contou que ele surgiu após intelectuais brasileiros, como Antônio Calado, apontarem, 15 anos após a morte do artista, que havia o risco de ele se tornar “invisível”. Sua vasta e importante obra não tinha catalogação e estava majoritariamente em coleções privadas. “Não havia nada e o primeiro passo foi reunir informações”, contou.

Pelo Projeto Portinari, foi publicado o Catálogo Raisonné, cinco volumes com toda a obra de Portinari; foi criado o Portal Portinari (que registra as obras e mais de 30 mil documentos) e, mais recentemente, foi feita uma parceria com o Google Arts & Culture, para a exposição virtual das obras do artista. Também foi editado, em parceria com a Funarte, um livro de poesias escritas por Portinari.

Para o futuro, O Projeto Portinari quer investir na educação, com a difusão dos valores humanistas que Portinari defendeu em sua vida. Segundo João Portinari, a ideia é desenvolver programas educativos para a promover reflexões sobre como transformar o mundo e fazê-lo mais justo e mais fraterno.

Ele também contou que, para janeiro de 2022, está prevista a maior exposição sobre Portinari já existente. Uma exposição digital, imersiva e interativa, chamada “Portinari para todos”, possível graças aos recursos tecnológicos que permitem réplicas digitais das obras.

Festival

O Festival de Artes de Goiás foi aberto oficialmente no início da noite desta terça-feira, em solenidade com a presença do reitor do IFG, professor Jerônimo Rodrigues da Silva, do pró-reitor de Extensão, Daniel Barbosa e do representante da Comissão Organizadora Executiva do Festival de Artes, professor Abílio de Jesus Carrascal.

De manhã e à tarde, houve apresentações artísticas dentro da mostra Inspirarte+Arrisque-se, e também oficinas. À noite, às 19h30, o tenor Hudson Ayres e o pianista Fábio Leite farão apresentações. E, logo após, às 21 horas, o cantor Chico César fará um show ao vivo.

Acompanhe toda a programação pelo canal IFG Comunidade no YouTube.


Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

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