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Goiânia, 06 de dezembro de 2019

Publicado: Sexta, 06 de Dezembro de 2019, 13h02 | Última atualização em Sexta, 06 de Dezembro de 2019, 13h08

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

MEC lança programa “Conta pra Mim” para incentivar a leitura de crianças no ambiente familiar

Inscritos já podem conferir locais de reaplicação da prova

Inscrições para o Sisu vão de 21 a 24 de janeiro; confira o cronograma

Projeto de incentivo à leitura tem transformado vidas no Distrito Federal

CORREIO BRAZILIENSE

Brasil fica abaixo da média em ranking mundial que avalia a educação

Iniciativa ajuda alunos brasileiros que querem estudar nos EUA

GLOBO.COM

Rodrigo Maia recria comissão para discutir projeto Escola Sem Partido

Reitores pedem na Justiça que ministro da Educação explique fala sobre drogas em universidades

Motivos para o Brasil ir mal no Pisa vão além da falta de conhecimento sobre as disciplinas, diz pesquisador


N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

 

LITERACIA FAMILIAR

MEC lança programa “Conta pra Mim” para incentivar a leitura de crianças no ambiente familiar

A voz suave de uma mãe cantando para o bebê ainda na barriga, o pai narrando uma história de heróis para o filho antes de dormir e muita brincadeira. É nesse ambiente familiar e de afeto que a alfabetização das crianças começa a dar os primeiros passos. Para incentivar essa cultura, o Ministério da Educação (MEC) lançou, nesta quinta-feira, o programa “Conta pra Mim”. A iniciativa faz parte da Política Nacional de Alfabetização (PNA) e reúne uma série de materiais para orientar as famílias a como contribuir na construção do projeto de vida e do sucesso escolar dos pequenos.

Interagir durante a contação de histórias, ler em voz alta, olhar olho no olho. São gestos simples, mas capazes de influenciar significativamente no desenvolvimento intelectual já na fase pré-alfabetização, antes do começo das primeiras aulas na escola. A literacia familiar, como é chamada a técnica, é aplicada no dia a dia, na convivência entre pais e filhos. Meninos e meninas que são estimulados desde cedo à leitura e à brincadeira dentro de casa tendem a chegar mais aptos e habilidosos nos anos iniciais do ensino fundamental.

Durante a cerimônia de lançamento do programa, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, destacou que a literacia familiar é uma atividade de carinho, amor e afetividade para desenvolver a capacidade de aprendizagem das crianças. “O programa é revolucionário, pela primeira vez existe uma iniciativa de valorização da leitura em família. [...] Cientificamente os resultados são muito robustos para as famílias que leem para seus filhos”, disse.

E como desenvolver as atividades com os filhos? Primeiro, é preciso a sensibilização dos pais e responsáveis ao mostrá-los a importância de a educação ser conduzida no ambiente familiar. Um guia preparado pelo MEC, com apoio de especialistas na área da alfabetização da primeira infância, reúne uma espécie de passo a passo, explicando as melhores técnicas. O material e vídeos didáticos estão disponíveis para download no site do programa e também podem ser adaptados à realidade da sala de aula por professores.

Entre as orientações contidas no guia estão:

Interpretação verbal: aumentar a quantidade e a qualidade dos diálogos com as crianças;

Leitura dialogada: interagir com a criança durante a leitura em voz alta, fazendo, por exemplo, perguntas sobre a história em si;

Narração de histórias: interagir com as crianças durante a contação de histórias;

Contatos com a escrita: familiarizar as crianças com a escrita;

Atividades diversas: jogar, brincar, cantar tocar instrumentos musicais, dançar, entre outros;

Motivação: aumentar a motivação das crianças em relação à leitura e à escrita.

De acordo com o secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, o “Conta pra Mim” mostra técnicas facilitadoras, precursoras, da alfabetização. “[As práticas] são importantes para que as crianças depois sejam alfabetizadas corretamente no primeiro ano do ensino fundamental. Os pais vão encorajar seus filhos a tomar gosto pela leitura. Eles serão exemplo de pessoas que cultivam hábitos de leitura. Serão leitores para os filhos”, disse.

Cantinhos Conta pra Mim - Para além do conteúdo virtual, o MEC vai destinar R$ 45 milhões para implantar o “Cantinho Conta pra Mim” em 2020. São cinco mil espaços que serão criados em creches, pré-escolas, museus e bibliotecas, até o fim do ano que vem, para receber as crianças e ensinar os pais a praticar as técnicas de literacia em casa.

Uma bolsa de incentivo, entre R$ 300 e R$ 400, será paga a professores da rede pública estadual e municipal para trabalhem as atividades nesses locais. A ideia é o oferecer a cada família três oficinas com duração de uma hora, cada. Os tutores serão qualificados em um curso semi-presencial. Parte dos conteúdos serão aplicados por meio de uma plataforma online e a outra, pessoalmente, por técnicos da Secretaria de Alfabetização do MEC.

O recurso também será utilizado para a confecção de “kits de literacia”, com distribuição de livros infantis, caderno de desenho, giz de cera e o guia de orientações.

O ministério vai destinar esses espaços a famílias de baixa renda com crianças de 3 a 5 anos e que recebam o Bolsa Família. A previsão é de que mais de 1 milhão de brasileirinhos sejam beneficiados. O MEC estima ainda que dez mil bolsistas devam participar do programa. A adesão de municípios e estados ao programa vai acontecer no primeiro semestre do ano que vem.

Base científica - Estudos internacionais afirmam que crianças estimuladas por meio da literacia familiar tendem a apresentar melhores resultados em testes internacionais como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Progress in International Reading Literacy Study (PIRLS) e o Estudo de Tendências Internacionais de Matemática e Ciências (TIMSS). As práticas de linguagem, leitura e escrita entre pais e filhos são comuns em países mais desenvolvidos, a exemplo do Canadá e dos Estados Unidos.

A iniciativa do MEC segue a Curva de Heckman, obra do vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2000, James Heckman. O economista observa ser maior o retorno social quão mais cedo for feito o investimento em educação. Com isso, a iniciativa possui o intuito de elevar o desempenho social e escolar do Brasil.

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ENEM 2019

Inscritos já podem conferir locais de reaplicação da prova

Fiquem ligados! Quem teve a solicitação de reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 aprovada já pode conferir os locais de prova. A informação está disponível na Página do Participante, dentro do site do Enem.

A reaplicação será realizada em 10 e 11 dezembro. Para acessar a Página do Participante, é necessário inserir CPF e senha já cadastrados. Aqueles que não se recordam da senha podem redefini-la.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pela aplicação do exame, tem um vídeo com o passo a passo de como entrar na página.

Os participantes tiveram de 11 a 18 de novembro para solicitar a reaplicação, processo também feito pela Página do Participante. São três os casos que o Inep classifica como problemas logísticos:

desastres naturais que prejudiquem a aplicação do exame por conta do comprometimento da infraestrutura do local);

falta de energia elétrica que comprometa a visibilidade da prova pela ausência de luz natural;

falha de procedimento de aplicação que cause comprovado prejuízo ao participante.

Enem PPL–O Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade e sob medida socioeducativa (Enem PPL) será aplicado nas mesmas datas de reaplicação. O exame acontecerá nas unidades prisionais para mais de 46 mil inscritos.

Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep

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EDUCAÇÃO SUPERIOR

Inscrições para o Sisu vão de 21 a 24 de janeiro; confira o cronograma

Atenção, estudantes. As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do primeiro semestre de 2020 já têm data: de 21 de janeiro até as 23h59 de 24 de janeiro. Para concorrer, é preciso ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 e obtido nota acima de zero na redação. Todo procedimento deverá ser feito pela internet, na página do Sisu, gratuitamente.  

Ao efetuar a inscrição, o candidato deve escolher até duas opções de cursos ofertados pelas instituições participantes. Ao final, o sistema seleciona os mais bem classificados em cada curso, de acordo com as notas no Enem e eventuais ponderações, como pesos atribuídos às notas ou bônus. Caso o desempenho do candidato permita o ingresso nos dois cursos, prevalecerá a primeira opção, com apenas uma chamada para matrícula.

O resultado será divulgado em 28 de janeiro. Um dia depois, 29, começam os prazos para:

matrícula ou registro acadêmico nas instituições participantes (até 4 de fevereiro). É preciso ficar atento à documentação exigida pela optada;

lançamento da ocupação nas vagas (até 7 de fevereiro);

manifestação de interesse para constar na lista de espera (até as 23h59 de 4 de fevereiro). Para participar, o candidato deve acessar o seu boletim, na página do Sisu.

"O Sisu é uma forma de ingresso à educação superior pública por um meio alternativo aos vestibulares. É uma oportunidade para quem se dedicou à prova do Enem poder estudar em uma instituição de qualidade", disse o coordenador-geral de Políticas de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Thiago Leitão.

O cronograma foi publicado na edição desta terça-feira, 3 de dezembro, do Diário Oficial da União (DOU). O edital completo está na página do Sisu.

Sisu – O Sisu é uma das formas de ingresso à educação superior com a nota do Enem. Trata-se do sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a participantes do exame.

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TRILHAS DA EDUCAÇÃO

Projeto de incentivo à leitura tem transformado vidas no Distrito Federal

Despertar a paixão pelos livros dentro das escolas públicas. Esse é o objetivo do projeto Calangos Leitores que criou clubes de leitura para estudantes de 13 a 18 anos do Distrito Federal. A regra é simples: os alunos recebem um livro e têm 30 dias para ler. Mas não é só isso. A experiência precisa ser dividida por todos em encontros mensais onde os alunos compartilham as histórias.

A coordenadora do projeto, Claudine Maria Duarte, explica que a atividade é extracurricular, mas há fila de espera para participar. “Essa partilha de ver o livro pelo olhar do outro é muito impressionante. Percebemos que somos um projeto cultural de impacto social”, define.

Ao longo dos três anos de realização do clube de leitura, muitas vidas foram transformadas. A curadora do projeto, Danielle Cunha, se emociona com uma dessas histórias. “Um dos participantes estava prestes a seguir o caminho das drogas, quase abandonou a escola. Mas, quando ele conheceu o projeto se interessou e percebeu que a escola era o melhor lugar para ele”, lembrou.

O projeto Calangos Leitores foi finalista do Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Inovação – Formação de Novos Leitores. Atualmente, a iniciativa está presente em quatro escolas públicas do Distrito Federal: o Centro Educacional do Lago Norte, Centro de Ensino Fundamental 1 do Cruzeiro, Centro de Ensino Fundamental 15 do Gama e o Centro de Ensino Fundamental 5 do Paranoá.

Para garantir a compra de um exemplar para cada participante, o projeto lançou a campanha “Adote um Leitor”. O site www.calangosleitores.com.br conta a história do projeto. Quem quiser pode buscar informações de como ajudá-lo.

Saiba mais – A história do clube de leitura do Distrito Federal é o tema da edição desta sexta-feira, 29 de novembro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

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CORREIO BRAZILIENSE

EDUCAÇÃO

Brasil fica abaixo da média em ranking mundial que avalia a educação

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou, nesta terça-feira (3/12), os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), referentes a 2018. A prova é aplicada a cada três anos a estudantes de todo o mundo matriculados a partir do 7º ano do ensino fundamental na faixa etária dos 15 anos e abrange três áreas do conhecimento: leitura, matemática e ciências.
Apesar de ter demonstrado uma pequena evolução em comparação ao exame de 2015, o
Brasil acumulou resultados inferiores à média global definida pela organização. De qualquer forma, registrou a 57ª colocação dentre 79 nações avaliadas, com 487 pontos. No ano passado, 600 mil alunos fizeram a prova.
Segundo a OCDE, 10.691 estudantes de 638 escolas se submeteram ao teste no Brasil. Em leitura, o país registrou 413 pontos; em matemática, 384; e em ciências, 404 — em 2015, o Brasil tinha feito 407 pontos em leitura; 377, em matemática; e 401, em ciências —, enquanto isso, a média dos países da OCDE, grupo formado por 37 países, foi de 487, 489 e 489 pontos, respectivamente. A nível de comparação, a China, país mais bem avaliado no ranking, alcançou 555, 591 e 590 pontos, na sequência.

A OCDE constatou que não houve mudanças significativas nos resultados brasileiros. Apesar de as pontuações terem sido superiores em detrimento à prova de 2015, o país está estagnado, de acordo com a organização. Dos países latino-americanos que aplicaram o teste, Chile, México, Uruguai e Costa Rica superaram o Brasil nos três quesitos. A Colômbia obteve resultados melhores em matemática e ciências, enquanto o Peru venceu o Brasil apenas em matemática. Os demais — Argentina, Panamá e República Dominicana — tiveram notas inferiores às dos estudantes brasileiros.
A partir das notas, os alunos foram classificados em oito níveis de proficiência. As tarefas mais simples da avaliação correspondiam ao nível 1C. Já os níveis 1B, 1A, 2, 3, 4, 5 e 6 correspondiam a tarefas mais difíceis. De acordo com os resultados do Pisa, apenas 2,5% dos alunos brasileiros alcançaram os níveis mais altos de proficiência (5 ou 6) em pelo menos uma disciplina. Enquanto isso, 43,2% obtiveram pontuação abaixo do nível mínimo de proficiência (2) nos três componentes — na
América Latina, apenas Panamá e República Dominicana registraram índices inferiores, e dentre as 79 nações, o Brasil foi o 9º pior neste quesito.

Diferenças socioeconômicas e comportamento

As condições socioeconômicas dos estudantes foram determinantes para o desempenho do Brasil na avaliação. A região Nordeste, por exemplo, acumulou os piores índices: 389 pontos em leitura; 363, em matemática; e 383, em ciências. A região Sul foi a que mais se destacou, mesmo assim, teve notas abaixo das médias da OCDE: 432 pontos em leitura; 401, em matemática; e 419, em ciências.
Como consequência, muitos
estudantes, especialmente os mais desfavorecidos, têm poucas ambições para o futuro, devido ao seu desempenho acadêmico. No Brasil, cerca de um em cada 10 alunos desfavorecidos e de alto desempenho não espera concluir o ensino superior. Já dentre os alunos favorecidos e de alto desempenho, a porcentagem é menor: um em cada 25 não acredita que vai terminar uma faculdade.
O Pisa ainda constatou aspectos alarmantes sobre a disciplina dos jovens brasileiros. Nas duas semanas anteriores à aplicação da prova, 50% dos estudantes faltaram ao menos um dia de aula, enquanto 44% chegaram atrasados à escola. Além disso, cerca de 41% dos alunos responderam que o professor tem de esperar um longo tempo para que toda a turma faça silêncio e concentre no conteúdo, e 29% afirmaram sofrer bullying mais de uma vez por mês.

Em todos os países e economias que participaram do Pisa em 2018, as meninas superaram significativamente os meninos na leitura — nos países da OCDE, a média foi de 30 pontos. No Brasil, o resultado foi parecido: o desempenho das meninas foi melhor em relação aos meninos em 26 pontos. Já em matemática, os meninos venceram por 9 pontos — resultado superior à média da OCDE, de 5 pontos. E em ciências, a diferença entre os dois gêneros foi pequena: as meninas, assim como na média estabelecida pela organização, ficaram à frente por 2 pontos.
O Pisa também analisou como os pais dos estudantes participam da vida escolar dos filhos. De acordo com os resultados, no Brasil, apenas 30% dos responsáveis pelos estudantes discutem o progresso dos filhos por iniciativa própria, enquanto 43% participa após serem notificados pelos professores.
Dentre as justificativas utilizadas pelos pais para não estarem muito presentes, 45% responderam que ou não acham que a sua participação é relevante para o desenvolvimento dos filhos, ou que não sabem como poderiam participar das atividades escolares ou que os filhos não querem a sua presença no colégio.

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INTERCÂMBIO

Iniciativa ajuda alunos brasileiros que querem estudar nos EUA

Estudantes brasileiros que querem cursar a graduação nos Estados Unidos podem receber apoio financeiro do Programa Oportunidades Estudar Fora, uma iniciativa do Education USA, órgão oficial do governo estadunidense. O programa apoia estudantes academicamente qualificados, mas sem condições financeiras para ingresso em universidades estrangeiras. As inscrições ficam abertas até 13 de janeiro pelo site.

Ao ser admitido no programa, o estudante terá isenção das seguintes taxas: envio de documentos de aplicação, tradução de documentos acadêmicos, provas SAT/ACT, Subject Test, TOEFL/IELTS, além de visto, transporte (passagem aérea) e acomodação durante os dias das provas.Além disso, ele receberá mentoria de um orientador EducationUSA e material de estudo para testes.

Para se candidatar, é necessário preencher um formulário on-line em inglês, que inclui redações, e enviar o histórico e boletim escolar, além de documentos que atestem a realidade financeira da família. É importante ter domínio intermediário da língua inglesa e um ótimo mérito acadêmico. Atividades extracurriculares significativas aumentam as chances no programa.

Desde que foi criado, em 2006, o programa já auxiliou mais de 300 alunos e é oferecido em duas modalidades: para alunos de ensino médio interessados em fazer a graduação nos Estados Unidos e para alunos que tenham interesse em fazer um mestrado ou doutorado no mesmo país.

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GLOBO.COM

EDUCAÇÃO

Rodrigo Maia recria comissão para discutir projeto Escola Sem Partido

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recriou a comissão especial responsável por discutir o projeto conhecido como Escola Sem Partido. O anúncio foi feito na noite desta quarta-feira (4), durante a sessão de votações.

A decisão de Rodrigo Maia foi tomada um ano após a comissão que discutia a mesma proposta ter encerrado os trabalhos sem sequer ter votado o parecer do relator.

Polêmico, o projeto proíbe professores de se manifestarem posicionamentos políticos ou ideológicos. Também os proíbe de discutir questões de gênero em sala de aula.

Ao G1, Rodrigo Maia disse que decidiu recriar a comissão a pedido de alguns deputados, mas acrescentou que não há compromisso em votar a proposta.

Indagado se vê risco de o tema, por ser controverso, desviar o foco de outras pautas consideradas mais prioritárias pelos parlamentares, especialmente na área econômica, o presidente da Câmara disse que não.

"Não, pois não há compromisso de votar, e existe o direito de existir o debate", afirmou.

Comissão

A comissão especial responsável por discutir o Escola Sem Partido será composta por 34 deputados titulares e mais 34 suplentes.

O início dos trabalhos depende, ainda da indicação dos integrantes, feita pelos líderes partidários.

O que diz o projeto

O projeto foi apresentado pelo ex-deputado Erivelton Santana (Patriota-BA) e propõe alterar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Pelo texto, será especificado que o ensino será ministrado tendo como princípio o "respeito às convicções do aluno, de seus pais ou responsáveis, tendo os valores de ordem familiar precedência sobre a educação escolar nos aspectos relacionados à educação moral, sexual e religiosa, vedada a transversalidade ou técnicas subliminares no ensino desses temas.”

Críticos ao texto argumentam que o projeto não permitirá o pensamento crítico em sala de aula. Defensores alegam que a proposta tem como objetivo evitar a "doutrinação" nas escolas.

No ano passado, a comissão que discutiu o projeto era presidida pelo então deputado Marcos Rogério (DEM-RO), atualmente senador. A relatoria foi de Flavinho (PSC-SP), que não é mais deputado.

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EDUCAÇÃO

Reitores pedem na Justiça que ministro da Educação explique fala sobre drogas em universidades

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) entrou na Justiça para pedir que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, explique as alegações de que há "plantação de ervas para produção de drogas” nas universidades federais brasileiras. Ministério da Educação informou ao G1 que ainda não foi notificado.

Sem apresentar provas, Weintraub afirmou que algumas universidades teriam "plantações extensivas" de drogas durante uma entrevista ao canal no YouTube do "Jornal da Cidade" no dia 22 de novembro. O ministro falou também que haveria produção de drogas sintéticas em laboratórios de química.

"Então o que você tem? Você tem plantações de maconha, mas não é três pés de maconha, você tem plantações extensivas de maconha em algumas universidades." - Abraham Weintraub, ministro da Educação, em 22/11.

A interpelação judicial foi apresentada pela Andifes nesta quarta-feira (4) e ressalta o "teor depreciativo em relação às universidades federais, e em consequência a seus reitores" da fala do ministro.

A Andifes pede ainda que o ministro "preste esclarecimentos e informações sobre as provas que ampararam suas declarações". A medida foi protocolada na 9ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal.

No pedido, os reitores lembram que o ministro destacou, em sua conta pessoal no Twitter, alguns trechos da entrevista falando sobre federais. Na rede social, Weintraub também citou dois casos de drogas encontradas em universidades para sustentar sua alegação, um na Universidade Federal de Brasília (UnB) e outro na de Minas Gerais (UFMG).

"As postagens indicadas pelo ministro como exemplo de prática de delitos nas universidades federais são, respectivamente, de 2017 e de maio deste ano de 2019, e citam a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)", diz a Andifes.

No entanto, as universidades federais UnB e UFMG não foram consideradas responsáveis ou mesmo diretamente envolvidas em casos envolvendo plantação ou produção de drogas.

"Ambos os casos postados pelo senhor ministro já foram apurados pelas autoridades policiais, devidamente debelados por suas reitorias e não servem de exemplo negativo para as instituições", diz a Andifes na interpelação judicial.

Nesta quarta-feira (4), o ministro foi convocado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para esclarecer a acusação de que a estrutura das universidades federais estaria sendo usada para produção de drogas.

Fragilidades de planejamento e gestão

Na semana passada, outro relatório, elaborado por deputados federais da Comissão Externa de Educação da Câmara e divulgado em caráter preliminar, apontou fragilidades de planejamento e gestão dentro do MEC (assista mais no vídeo abaixo).

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OPINIÃO

Motivos para o Brasil ir mal no Pisa vão além da falta de conhecimento sobre as disciplinas, diz pesquisador

Os resultados negativos do Brasil na edição 2018 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), divulgados nesta terça-feira (3), podem não ser uma consequência apenas da falta de conhecimento por parte dos estudantes que fizeram a prova.

Segundo Naercio Menezes Filho, professor do Insper, em São Paulo, na edição de 2015, a maioria dos brasileiros nem sequer abriu todas as questões para respondê-las. Ele aponta que os estudantes podem desistir da resolução da prova porque encontram dificuldade no nível das perguntas, porque não são estimulados a se dedicar ao teste, ou porque não têm habilidades socioemocionais, como garra e resiliência.

Os dados do Pisa apontam que 68% dos estudantes não souberam o básico de matemática; 50,1% apresentaram baixo desempenho em leitura e 55,3%, baixo desempenho em ciência.

Menezes e outros três pesquisadores publicaram, no ano passado, um estudo com base nos dados do Pisa 2015, a primeira edição em que a prova foi aplicada no Brasil totalmente no computador. Na edição mais recente, a mesma metodologia foi reaplicada.

"Nós descobrimos que os alunos brasileiros vão mal no Pisa em parte porque nem abrem as questões para respondê-las", afirmou Naercio Menezes, do Insper, sobre os dados da edição 2015 da prova.

O que é o Pisa?

O Pisa é uma avaliação mundial feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em dezenas de países, com provas de leitura, matemática e ciência, além de educação financeira e um questionário com estudantes, professores, diretores e escolas e pais;

O resultado é divulgado a cada três anos – a edição mais recente foi aplicada em 2018 com uma amostra de 600 mil estudantes de 15 anos de 80 países diferentes, que representam cerca de 32 milhões de pessoas nessa idade;

A prova é aplicada em um único dia, é feita em computadores, e tem duas horas de duração. As questões são objetivas e discursivas. A cada edição, uma das três disciplinas recebe um tempo maior de prova;

No Brasil, 10.691 alunos de 638 escolas fizeram a prova, representando 65% da população brasileira que tinha 15 anos na data do exame;

Os resultados mostram que o Brasil caiu no ranking mundial em matemática e ciências, e ficou estagnado em leitura. A pior situação é em matemática, área em que o Brasil segue entre os dez piores do mundo;

Na América do Sul, a Argentina foi o país com o pior desempenho considerando as três provas.

Brasileiros x coreanos e finlandeses

No Pisa, a primeira hora da prova é dedicada às questões da disciplina "foco" naquele ano. Depois, os alunos fazem um intervalo, e retornam para as questões das outras duas disciplinas.

Segundo Menezes, "os blocos de questões são sorteados entre os alunos, de forma que o nível de dificuldade das questões é o mesmo ao longo da prova".

No entanto, segundo ele, os dados mostram que a maior parte dos estudantes sequer vê todas as questões aplicadas antes do intervalo.

"O nosso estudo mostra que 60% dos alunos brasileiros nem abrem as últimas questões antes do intervalo da prova. Além disso, eles gastam muito tempo em cada questão em comparação com os alunos coreanos e finlandeses. Depois do intervalo eles tentam responder novamente, mas logo desistem" –Naercio Menezes, do Insper

"É importante que a sociedade brasileira entenda por que os alunos brasileiros não tentam responder todas as questões do Pisa da mesma forma que os coreanos, chineses e finlandeses", continuou ele.

Menezes aponta para uma série de possibilidades para responder essa diferença no computador dos estudantes brasileiros e de outros países com desempenho melhor.

"Pode ser que isso aconteça porque o Pisa não vale nota para os alunos e os brasileiros só se esforçam quando tem um retorno claro no curto prazo" , diz Naercio Menezes, do Insper.

"Pode ser que eles desistam da prova quando percebem que não conseguem responder as questões. Pode ser que os próprios professores não estimulem os alunos a responderem, porque não concordam com as avaliações. Pode ser que isso seja um sinal de falta de habilidades socioemocionais dos alunos brasileiros (resiliência, garra, conscienciosidade, etc..)."

Apesar de não ser possível descobrir o motivo exato para esse fenômeno, Menezes diz que "a conclusão do estudo é que o desempenho ruim dos alunos brasileiros no Pisa não reflete somente falta de conhecimento, mas também outros fatores".

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.

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