Conferência de abertura aponta para a complexidade do pensamento científico
Encontro e Congresso Internacional de Pós-Graduação seguem até esta quarta-feira, com painéis temáticos e comunicações orais

“Investigar em educação científica: condições, contradições e desafios” foi o tema da conferência de abertura do Congresso Internacional de Pós-Graduação (CinterPós) e Encontro Internacional de Pós-Graduação do IFG (Eipós), proferida pelo professor chileno Mario Quintanilla Gática, na manhã de ontem, 21. Ele apontou a complexidade da época em que vivemos para tratar do pensamento científico que é também “complexo, dialético, multiorientado e multirreferencial”.
Mario é professor da Pontifícia Universidade Católica do Chile e coordenador da Rede Latino-Americana de Pesquisa em Didática Científica, autor de 25 livros e inúmeros artigos sobre história da ciência, linguagem científica, entre outros temas da pesquisa e da educação científica. Provocativo, ele disse que é preciso questionar quais os sentidos e os objetivos da educação científica na atualidade.
Segundo disse, a humanidade está vivendo uma época bastante complexa, em que os tempos são de incerteza, especialmente em razão da nova ordem geopolítica mundial. O avanço da extrema-direita, argumentou, está provocando uma crise de valores, que é planetária e que explicita as tensões e contradições de que como concebemos a realidade para investigá-la.
Essa investigação da realidade pode ser centrada em uma ciência conservadora e dogmática, que é autoritária e alinhada ao pensamento neoliberal. Do outro lado, tem-se a produção do conhecimento como um processo (e não um produto), com sujeito coletivo e antineoliberal.
Sobre os contextos, as condições e os ambientes educativos na América Latina, o professor citou questões como a desigualdade educacional em todos os níveis; a assimetria centro/periferia; a alta vulnerabilidade social e cultural das famílias e uma cultura escolar hierárquica e autoritária, entre outras questões, que são desafios a serem superados.
Conforme sua argumentação, a ciência não é neutra e é preciso se questionar o que entendemos por objetividade e subjetividade, porque há o entrelaçamento de ambas. Mario defendeu que uma educação construtivista requer condições e metodologias que levem em conta a natureza complexa do mundo.
Painéis
A conferência foi precedida da abertura oficial do CinterPós/Eipós, conduzida pelo professor Wanderley Azevedo de Brito, diretor de Pós-Graduação do IFG e membro da comissão organizadora do evento. Na solenidade, a coordenadora do Comitê Científico, professora Cláudia Helena dos Santos Araújo (IFG), informou que o evento conta com cerca de 230 participantes e 150 trabalhos inscritos.
Nesta quarta-feira, o CinterPós/Eipós segue com os painéis “Experiências em Educação, Artes e Linguagens”, “Experiências em Educação Ambiental” e “Experiências em Ensino de Ciências e Matemática” e novas comunicações orais.
O evento integra a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da Instituição (SNCT). Participam como palestrante e painelistas, dez pesquisadores internacionais de oito instituições de ensino superior de países da América Latina.
O CinterPós/Eipós tem a coordenação da Diretoria de Pós-Graduação (DPG) e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPPG). O Cinterpós obteve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e foi organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) e pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE).
Acesse o site do CinterPós:
https://www.even3.com.br/congresso-internacional-de-pos-graduacao-ifg-625416/
Acesse o site do Eipós:
https://mincac-top2.my.canva.site/eipos25
Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.


Redes Sociais